Sistema OCB inspira união na 3ª Cimeira das Cooperativas Lusófonas
- Artigo Secundário 1
Evento internacional reforça poder do movimento como elo entre culturas, economias e propósitos
A 3ª Cimeira Internacional das Cooperativas de Língua Portuguesa (CICLP), evento que reúne representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para debater o futuro do cooperativismo nos territórios lusófonos, teve início nesta segunda-feira (19), em Brasília. Com uma programação intensa e multicultural, o evento destaca a atuação de lideranças brasileiras no movimento.
Na sessão de abertura, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou a importância do cooperativismo como uma força integradora entre os países da CPLP. “O cooperativismo tem a capacidade de unir continentes por meio de valores comuns como solidariedade, democracia econômica e desenvolvimento sustentável. Estamos construindo juntos uma agenda de prosperidade que fala a nossa língua e respeita nossa diversidade”, afirmou. O presidente também participou do painel inaugural, ao lado de Eduardo Graça, presidente da Organização das Cooperativas de Portugal (OCPLP), com o tema O futuro do cooperativismo fala a nossa língua.
A superintendente da OCB, Tania Zanella, apresentou a palestra Conectando Redes Cooperativas. Ela ressaltou o papel das redes internacionais na ampliação de oportunidades e na construção de soluções inovadoras para desafios comuns. “O cooperativismo precisa estar conectado, dialogando entre nações e continentes. A intercooperação é uma das principais estratégias para gerar impacto positivo, fortalecer economias locais e promover inclusão”, destacou.
No segundo dia de programação, Fabíola Nader Motta, gerente-geral da OCB, atuou como moderadora do painel A importância da representação do cooperativismo no Parlamento, que contou com a presença de parlamentares e lideranças institucionais. “A representação política é fundamental para que o cooperativismo esteja presente nos espaços de decisão e possa contribuir com políticas públicas que reflitam nossos princípios”, considerou Fabíola.
Outros representantes do Sistema OCB também marcaram presença com contribuições relevantes. Laís Nara Castro, Analista Técnico Institucional, participou do painel sobre o papel das cooperativas nas metas globais de desenvolvimento sustentável. Ela apresentou o histórico da participação do cooperativismo nas COPs e destacou as ações rumo à COP30. “Mostrei como o cooperativismo brasileiro tem se posicionado nas discussões climáticas desde a COP26, reforçando que nosso modelo pode ser um instrumento real no combate às mudanças climáticas”, relatou. Laís também compartilhou o manifesto do cooperativismo para a COP30 e incentivou o engajamento das cooperativas em práticas sustentáveis: “Divulgar boas práticas, aderir à Solução de Neutralidade de Carbono e trocar experiências são caminhos possíveis e necessários”, completou.
Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, moderou a sessão que tratou dos comitês de mulheres e jovens como ferramentas para promover diversidade e sucessão no setor. “As questões culturais ainda são um grande desafio à participação desses grupos, mas também um ponto de conexão entre os países de língua portuguesa”, declarou Débora. Ela também ressaltou o interesse do público pelo que vem sendo feito no Brasil. “Foi muito gratificante perceber a atenção ao trabalho que desenvolvemos aqui, com diversas perguntas após a apresentação”. Para ela, temas como inclusão, diversidade e equidade precisam estar conectados à agenda de sustentabilidade.
A Cimeira segue até esta quinta-feira (21) com painéis temáticos, visitas técnicas, feira de negócios e momentos de integração entre os participantes. O evento é promovido pela OCPLP e reúne lideranças de nove países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial.